terça-feira, 21 de abril de 2015

Espremer pela igualdade das portuguesas

Não sou mãe. Mas sou tia - verdadeira e emprestada-, prima e irmã. Mas o facto de não ser Mãe, neste caso, não interessa para nada. Porque também tenho um par de mamas, e acreditem, espremê-las em frente a qualquer pessoa - qualquer pessoa, repito - teria em mim o mesmo efeito que teve nas mulheres que, evidentemente, não estavam à espera nem de espremer leite nem de esguichar coisa nenhuma.

Ora imaginem lá: "Boa tarde, queremos actualizar o seu boletim de vacinas e saber se o espaço em que trabalha é seguro para si. Ah, e já agora, esguiche aí uma mama porque queremos ter a certeza que o leitinho que dá ao seu filho é realmente verdadeiro." - "Como quer que esguiche uma mama?" - "Vá lá, é só apertar."

Ultimamente em Portugal, o verbo apertar, mas apertar por apertar, só para ver se sai mais alguma coisa, tem sido conjugado, em todos os seus tempos por quem vive, trabalha e estuda. Aperta. Mas aperta com força. Porque normalmente quando apertamos, a coisa ganha forma, dentro de um buraco que tem fim. E, depois de tanto apertarmos, o espaço fica mais pequeno. E quase que garanto que não é leite que transborda.

Mas Portugal é um país de igualdades. Não devemos dar mais horas a umas mães que dizem que estão a amamentar mas que afinal o leite não é delas. É das vacas verdadeiras. E como sou pela igualdade, espero, que hoje mesmo, todos os utentes que se queixem de uma gastroenterite, daquelas bem agudas, que se dirijam ao seu médico de saúde ocupacional mais próximo. - É uma questão de economia pública.

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